Sete mudanças que ajudam a conviver bem com o diabetes
Sete mudanças que ajudam a conviver bem com o diabetes
O diabetes já afeta cerca
de 246 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, de acordo com o
Ministério da Saúde, mais de 6 milhões de pessoas sofrem com a doença , sem
contar os que desconhecem possuir a doença. O problema pode trazer perda ou
aumento de peso, é fator de risco para problemas cardiovasculares e, nos casos
mais graves, provocar falência de órgãos (rins, olhos) e até a morte. Apesar
dos perigos, é completamente controlável.
No entanto, apesar de
ser uma doença crônica, é possível conviver bem com o diabetes- basta que o
paciente tenha hábitos saudáveis e siga corretamente as indicações médicas.
"Os riscos mais graves do diabetes, como perda total da visão, amputação e
falência renal ocorrem em pacientes que não tiveram tratamento adequado",
de acordo com o endocrinologista Josivan Lima, da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia - SBEM. A seguir, veja as mudanças que melhoram a
vida de quem tem diabetes.
Invista no cardápio certo
"Os pacientes
diabéticos devem evitar os açúcares simples (presentes nos doces e carboidratos simples, como massas e pães), pois são
absorvidos muito rapidamente, levando a picos de glicemia e, consequentemente,
complicações a médio e longo prazo", de acordo com o endocrinologista
Josivan Lima. Uma boa dica é beber bastante água, que ajuda a remover o excesso
de glicose no sangue, que será eliminado pela urina.
Quando um alimento
tem o índice glicêmico baixo, ele
retarda a absorção da glicose. Mas, quando o índice é alto, esta absorção é
rápida e acelera o aumento das taxas de glicose no sangue. Os carboidratos não são
proibidos, mas existem recomendações dietéticas. "Uma ingestão diária de
50 a 60% de carboidratos usualmente é suficiente, preferindo-se os carboidratos
complexos (castanhas, nozes, grãos integrais) que serão absorvidos mais
lentamente, evitando picos de glicemia", diz Josivan.
Os diabéticos também
podem sofrer de baixas de glicose no sangue, a hipoglicemia. Quinze minutos
após ingerir algum alimento açucarado, cheque se a quantidade de glicose no seu
sangue está normal.
Tenha mais informações e aprenda Como Controlar a Diabetes
Diga não ao sedentarismo
A atividade física é
essencial no tratamento do diabetes para manter os níveis de açúcar no sangue
controlados e afastar os riscos de ganho de peso. "A prática de exercícios
deve ser realizadas de três a cinco vezes na semana. Há restrição nos casos de
hipoglicemia, de modo que pacientes não devem iniciar atividade física com a
glicemia muito baixa, sob o risco de baixar ainda mais os níveis. Da mesma
forma, deve-se evitar atividade física quando o diabetes está descontrolado,
com glicemia muito elevadas. Nestes casos, a liberação de hormônios
contra-reguladores pode aumentar mais ainda a glicemia", diz Josivan. Os
pacientes devem privilegiar atividades físicas leves, pois quando o gasto
calórico é maior do que a reposição de nutrientes após o treino pode haver a
hipoglicemia.
É importante saber
como está o controle glicêmico antes do início da atividade física para então
escolher o melhor alimento. Se a glicemia está muito baixa, é aconselhável dar
preferência aos carboidratos e evitá-los se estiver alta. "A escolha do
alimento depende também do tipo de exercício: exercícios aeróbicos de grande
duração (como corrida e natação) tendem a baixar a glicemia, sendo necessária
uma ingestão maior de alimentos. Em todos os casos, os pacientes devem sempre
combinar com seus médicos quais são as melhores opções, pois o tratamento do
diabetes tem muitas peculiaridades individuais", diz Josivan.
Adapte-se às aplicações de insulina
Esqueça as injeções
assustadoras. Hoje, a maioria dos pacientes com diabetes do tipo 1, que
precisam aplicar insulina com maior
frequência, usa canetas próprias para esta função, que causam menos
desconforto, pois têm agulhas menores e com material mais flexível, de
silicone.
"Além disso,
pode-se usar também bombas de insulina por meio de um cateter, que é implantado
no tecido subcutâneo do paciente injetando doses menores de insulina ao longo
do dia, evitando os picos que podem causar hipoglicemia", diz Josivan. Mas
a facilidade tem seu preço. Em média, esse equipamento custa cerca de R$ 12
mil. Mensalmente, a manutenção custa, em média, R$ 500.
Maneire no consumo de bebidas alcoólicas
O consumo de álcool
não é proibido, mas deve ser moderado e nunca de barriga vazia, pois o consumo
isolado pode causar hipoglicemia, pois o álcool tende a reduzir as taxas
glicêmicas. O que pode causar enjoo, tremores pelo corpo, fome excessiva,
irritação e dores de cabeça.
Também é importante fazer o monitoramento de glicemia antes e depois de consumir bebidas alcoólicas. Para o endocrinologista Fadlo Fraige, apenas as bebidas destiladas são permitidas (e com muita moderação), pois, segundo ele, não são feitas à base de carboidratos, como a cerveja, e o álcool tem baixo índice glicêmico. "Cuidado com cervejas e bebidas doces ou à base de carboidratos. Elas têm alto índice glicêmico e podem trazer problemas", completa.
Também é importante fazer o monitoramento de glicemia antes e depois de consumir bebidas alcoólicas. Para o endocrinologista Fadlo Fraige, apenas as bebidas destiladas são permitidas (e com muita moderação), pois, segundo ele, não são feitas à base de carboidratos, como a cerveja, e o álcool tem baixo índice glicêmico. "Cuidado com cervejas e bebidas doces ou à base de carboidratos. Elas têm alto índice glicêmico e podem trazer problemas", completa.
Evite os problemas vasculares
O diabetes provoca a
aceleração do endurecimento das artérias, levando à má irrigação dos tecidos.
As artérias coronárias são afetadas, podendo levar ao infarto cardíaco, além
das artérias renais, levando a insuficiência renal grave.
A doença também afeta
a microcirculação, ou seja, lesionando as pequenas artérias (arteríolas) que
nutrem os tecidos, que atingem especialmente as pernas e os pés. Assim, é
importante que ao ter dores ao caminhar, pés frios e pálidos, feridas que não
cicatrizam facilmente, formigamento, "fraqueza nas pernas", deve-se
procurar um angiologista ou cirurgião vascular, que pode avaliar com maior
precisão os sintomas e tomar as medidas médicas para evitar maiores danos, como
a amputação do membro afetado.
Também é importante
evitar saunas e escalda-pés. "Em função desta alteração circulatória, os
riscos de exposição às altas temperaturas e aos choques térmicos podem agravar
ou desencadear quadros de angiopatias e outros problemas cardíacos", de
acordo com a nutricionista Patrícia Ramos, coordenadora do Hospital
Bandeirantes.
Aumente
os cuidados com os olhos
O acompanhamento
oftalmológico de quem tem diabetes é recomendado devido à maior fragilidade de
sua córnea. As células da córnea do diabético não têm a aderência que se
encontra na maioria dos não-diabéticos. Essa fragilidade é a porta de entrada
para uma série de infecções oportunistas.
A catarata também é mais comum. Em situações de hiperglicemia, o cristalino absorve água, o que pode provocar miopia. À medida em que a glicemia retorna aos seus níveis normais, o cristalino se desidrata e volta ao seu tamanho original. "Assim, a repetição dessa situação altera as fibras da estrutura do cristalino, provocando o sintoma de vista embaçada. Isso explica a maior predisposição dos diabéticos a sofrer de catarata mais cedo", de acordo com o oftalmologista Virgilio Centurion.
A catarata também é mais comum. Em situações de hiperglicemia, o cristalino absorve água, o que pode provocar miopia. À medida em que a glicemia retorna aos seus níveis normais, o cristalino se desidrata e volta ao seu tamanho original. "Assim, a repetição dessa situação altera as fibras da estrutura do cristalino, provocando o sintoma de vista embaçada. Isso explica a maior predisposição dos diabéticos a sofrer de catarata mais cedo", de acordo com o oftalmologista Virgilio Centurion.
Controle o estresse
Pessoas com diabetes
têm maiores chances de ter ansiedade e depressão. Os pacientes podem sentir uma
sensação de ansiedade em relação ao controle da hipoglicemia, da aplicação de
insulina, ou com o ganho de peso. "Os pacientes com diabetes que ficam
ansiosos e estressados tendem a ter menos cuidado com os níveis de açúcar no
sangue, o que aumenta o risco de complicações", diz Josivan.
Além disso, a
relação estresse-diabetes se mostra
uma via de mão dupla. Uma pesquisa feita na Suécia e publicada pela revista
científica Diabetic Medicine comprovou que os homens que
passam por altos níveis de estresse e têm tendências
depressivas podem dobrar os riscos de desenvolver diabetes tipo 2, aquele em que
o organismo é capaz de produzir insulina, mas tem dificuldade de processá-la.
De acordo com os pesquisadores, a relação entre os dois males pode ser
resultado dos efeitos do estresse na capacidade cerebral em regular os
hormônios, ou ainda, da influência negativa que a depressão exerce na dieta e
no nível de atividade física.